Quarenta e cinco anos, trabalhadora.
Apenas dez deles como criança.
Trinta e cinco de batalhadora,
Alegria? Só existiu na lembrança.
Como muitos nasceu pobre
E como pobre sempre viveu.
Dependente do estado nobre,
Como pobre também morreu:
Tinha um filho pra criar.
O marido se foi, nunca voltou.
Desde cedo aprendeu a lutar
E de punhos cerrados, sempre lutou.
A dor veio cedo, inexplicável.
Por um exame, meses de espera.
Cinco meses de dor insuportável,
O corpo portando uma fera.
Enfim o diagnóstico e a tristeza.
Câncer. Agora só resta morrer.
Não restavam dúvidas, era certeza.
“Não há nada que possamos fazer.”
Quarenta e cinco anos, trabalhadora.
Apenas dez deles como criança,
Trinta e cinco de batalhadora.
Alegria? Só existiu na lembrança.
Como muitos nasceu pobre,
E como pobre sempre viveu.
Dependente do Estado nobre
Como pobre também morreu.
O menino teve de seguir a vida.
Aos dez começou a trabalhar.
Carregou sempre uma ferida,
Uma ferida que nunca irá sarar.
Viveu triste, mas batalhador.
Como a mãe, também sofreu,
Mas nunca mostrou sua dor.
Foi forte, e mesmo forte viveu
Em estado terminal, sem salvação,
Uma vida difícil, sem calma,
Pois contraiu ódio no coração
E um tumor maligno na alma.
Por: Elvio Fernandes
Isso ae Elvio!!
ResponderExcluirComo sempre nos prestigiando com seus poemas!!
Bota o Ode ao Bonus ae pra brutalizar!!!
rsrsrs